Febre purpúrica brasileira: uma contribuiçäo aos conhecimentos clínicos e epidemiológicos de uma doença recém identificada / Brazilian purpuric fever: a contribution to clinical and epidemiological knowledges about a newly identified disease

Descreve os aspectos epidemiológicos da febre purpúrica brasileira, desde o surgimento dos primeiros casos, em 1984, em Promissäo, Estado de Säo Paulo, Brasil. Foram registrados 277 casos distribuídos no Brasil em cinco Estados: Säo Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Fora do Brasil, dois casos foram relatados na Austrália. Cerca de 89 por cento dos casos ocorreram em crianças de até cinco anos de idade. A letalidade foi de 38 por cento. Estima-se o período de incubaçäo médio de 15 dias. O quadro inicial se caracteriza por conjuntivite e febre. O agente etiológico é a bactéria Haemophilus influenzae biogrupo aegyptius, clone invasivo, tendo sido isolado de sangue, liquor, lesäo hemorrágica de pele, secreçäo de conjuntiva e de orofaringe em 1986, de pacientes no Estado de Säo Paulo. Os estudos moleculares identificaram características diferentes das descritas até entäo para o Haemophilus aegyptius isolado de surtos de conjuntivite.

Bacteria in surface infections of neonates.

A bacteriological work on surface infections was done among live births (study group I) and neonates admitted in hospital (study group II). Out of 134 cases of conjunctivitis in group I Gram-negative bacilli predominated (48.5%) with Escherichia coli accounting for 29 (14.9%) cases, Klebsiella species 15 (11.2%) cases, Citrobacter freundii 3 (2.2%) cases, Pseudomons aeruginosa 18 (13.4%) cases and Aeromonas hydrophila 3 (2.2%) amongst pure isolates (73.9%). Gonococcus was noted in 2 (1.5%) cases. In group II, 41.7% were Staphylococcus aureus in pure growth (75%), compared to only 9.0% in group I. Skin infections were caused by both Staphylococcus aureus and Staphylococcus epidermidis. Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae and Pseudomonas aeruginosa were the principal insolates from umbilical sepsis. Pseudomonas aeruginosa was isolated as pure growth from local site of noma neonatorum. Anaerobic cultures were negative in all except in 2 cases of umbilical sepsis with tetanus neonatorum revealing Clostridium tetani which however proved to be non-toxigenic. Blood cultures were positive in 4 out of 14 cases bearing 50% correlation with bacteria from surface infections. A source study established partial correlation with the cases of pseudomonas conjunctivitis. Phage typing of Staphylococcus aureus and biochemical typing failed to detect any definite marker of clinical entities, except that the skin infections were caused by group III phages predominantly (65.0%).

Estudo epidemiológtico da febre purpúrica brasileira - epidemia em localidade do Estado de Säo Paulo (Brasil), 1986 / Epidemiological study of Brazilian purpuric fever. Epidemic in a locality of Säo Paulo state (Brazil), 1986

Estudou-se um surto de febre purpúrica brasileira ocorrido em Serrana, SP (Brasil) em 1986 e sua associaçäo com conjuntivite purulenta, aglomeraçäo e sintomas respiratórios. Foi adotado o modelo de estudo, caso-controle. Chamou-se caso confirmado o paciente que satisfizesse um conjunto de critérios tendo "score" maior ou igual a 12 pontos, e caso suspeito "score" entre 8 e 12 (o "score" foi efetuado usando-se o seguinte critério: ocorrência de febre, igual a 5 pontos; diarréia e/ou vômitos igual a 1; fenômenos hemorrágicos igual a 3; plaquetopenia e/ou leucopenia igual a 3; hemocultura e/ou líquor e/ou cultura de orofaringe positiva para Haemophylus aegyptius igual a 7; síndrome de Waterhouse Friedrichsen igual a 7). Tomou-se como controle crianças com "score" menor do que 5. O controle foi pareado com o caso segundo as variáveis idade, sexo e condiçäo sócio-econômica. Levantaram-se informaçöes sobre 14 casos confirmados, 38 suspeitos e 78 controles. Conclui-se que a febre purpúrica brasileira apresentou forte associaçäo com conjuntivite purulenta pregressa e/ou atual; parece haver associaçäo entre aglomeraçäo e febre purpúrica e que os sintomas respiratórios como tosse e/ou coriza näo estäo a ela associados, pelo menos na populaçäo estudada